sexta-feira, fevereiro 25, 2011

 

Região


Banda de Parafita já tem sede
Inauguração decorreu no passado dia 12

Parafita é conhecida sobretudo pela sua banda, a Banda de Parafita, que já desenvolve a sua actividade musical com interrupções há mais de 200 anos. Durante todo esse tempo, nunca teve uma sede condigna e permanente que correspondesse ao número de elementos e à variedade de actividades da associação. Mas agora o sonho antigo de ter uma sede adequada e não andar por casas alheias (como a antiga escola primária) foi cumprido. Os elementos da banda, à qual está associada uma escola de música, têm mais condições para desenvolver a parte artística; e os mentores deste projecto não mais terão de se preocupar com a falta ou precariedade de espaço.
A construção da nova sede da Banda teve de ultrapassar inúmeras dificuldades. Em 2006 arrancam as obras, depois de aprovada uma candidatura a fundos comunitários. Na altura, o projecto estava avaliado em mais de 100 mil euros, com financiamento garantido a 75% pela CCDRN (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte), e prometia a conclusão para breve. Nada disso veio a suceder. A obra foi um “cabo das tormentas” que só agora viu a luz do dia.
Os terrenos que fizeram erguer a nova sede foram comprados pelo padre Manuel Alves (homenageado) e doados à associação. Também a recuperação total do canastro tradicional que se encontrava no terreno, além de outros auxílios, foram contribuição sua. José Correia Fernandes, de Braga, conhecido por “Setenta” e gerente da Serralharia “O Setenta” doou toda a caixilharia, parte da cobertura e ainda donativos em dinheiro, totalizando um valor próximo dos 50 mil euros. A Câmara Municipal contribuiu com donativos de material e apoio financeiro (para além da candidatura) no valor de 30 mil euros, para além da cedência de máquinas e camiões e financiamento dos arranjos urbanísticos exteriores. Muito do trabalho de conclusão da obra foi feito por pessoal pertencente à associação, com muitas horas de voluntariado em pinturas, pequenos arranjos, electricidade, canalização, carpintaria e limpezas.
Na cerimónia da inauguração, em que estiveram presentes o bispo coadjutor da diocese de Vila Real, D. Amândio Tomás, e o Governador Civil de Vila Real, Alexandre Chaves, um dos principais mentores da obra, Avelino Gonçalves, presidente da colectividade, não escondeu a sua felicidade: «Significa que agora temos condições para desenvolver melhor a parte artística, nomeadamente, para dar outra vitalidade à escola de música. Tenho muito para dizer porque tenho a alma invadida com muita felicidade. É um “peso” que sai de cima dos ombros. Tive sempre muito empenho nesta obra com uma responsabilidade muito elevada. Chegou ao fim. Já funciona tudo, pelo menos o principal, o que me deixa muito satisfeito».
Para Fernando Rodrigues, presidente da Câmara, que a inaugurou, mostrou o seu contentamento por chegar ao fim um projecto que honra a história da Banda de Parafita: «É um dia de festa para Parafita porque cumpre um sonho de ter uma sede para a banda. Neste dia temos que estar contentes. Eu estou muito satisfeito por ter contribuído para o nascer desta obra e ter contribuído também, como presidente da Câmara, para que ela se concluísse. Acho que fizemos a nossa obrigação em dar todo o apoio para cumprir este sonho à aldeia de Parafita e à freguesia de Viade porque há aqui muita força. Há aqui uma força cultural muito grande na Banda de Parafita. É uma força que vem da história e do respeito que há aqui pelos nossos antepassados».

 

Opinião

O Povo de Barroso no Bom Caminho
Cada vez mais os jornais da terra em que cada um vive são os mais desejados e os mais práticos. Pelo menos para quem vive longe. Que o digam os emigrantes que guardam o jornal como guardam as fotografias de família. Quando têm saudades voltam a lê-lo. E até o emprestam aos vizinhos, sempre que nele encontram artigos que exaltam a Terra, as pessoas, os acontecimentos.
Vai a caminho dos 21 anos de vida. Já passou por muitas mãos, já bateu a muitas portas, já alegrou e já entristeceu muitos leitores. Porque sendo obra humana, se confunde com as horas boas e com as horas más que se vão passando à sua volta.
Por mais vezes que se repita não é exagerado dizer que o poder político central cometeu um erro gravíssimo quando decretou a suspensão do chamado porte pago, sobretudo para o estrangeiro.
Os emigrantes – como tantas vezes o tenho dito – são os grandes heróis nacionais. Foram eles que mais coragem tiveram em sair de casa, rumo ao desconhecido. Partiram, uns por sua conta e risco, praticamente às escuras, mesmo de dia, porque de Espanha, de França, da Suíça, do Luxemburgo, da Alemanha, dos USA, nada conheciam. Nem os caminhos, nem a língua, nem a moeda pela qual se aventuravam a partir. Outros partiram, através dos «engajadores» que viviam à custa do mal alheio. Conheci alguns sérios. Outros nem por isso. Também eles viviam mal. Mas pior eram aqueles que por amor ao dinheiro, faziam má cara e logo que recebida a quantia combinada, os deixavam, entregues à sua sorte.
Foram anos para esquecer. E se quem cá ficou, guardava a saudade desses amigos, ninguém como eles, pode desabafar com a mulher, com os filhos e com os amigos, as atribulações porque passaram. Rendo-lhes as minhas homenagens. E nunca me cansarei de clamar, bem alto, que todos os que cá ficámos, devemos muito a esses que partiram. Alguns até vinham cumprir o serviço militar. Mal passados à disponibilidade logo retomavam os caminhos do regresso e aí ganhavam, honradamente, o seu pão e o de muitos. Portugal, por essa altura, vivia com os dinheiros desses sacrificados cidadãos. Uma espécie de FMI que dava sem retorno.
Recordo que na década de 1960 o concelho de Montalegre tinha quase 33 mil habitantes. Hoje, apesar das excelentes condições de vida que existem pelas aldeias, nem metade tem dessa gente. A minha aldeia, quando eu nasci tinha 607 pessoas. Hoje rondará pela centena. A Escola chegou a ter 43 alunos. Hoje está fechada. E tantas outras, porque a falta de alunos é concludente.
Devo muito a esses Barrosões, sejam de que aldeia forem. Porque me deram força e tema inesgotável para em horas como esta, acusar o poder político pelas más medidas que tomou contra a imprensa Regional. E tenho moral para falar porque estive ligado à criação desse e de outros tipos de incentivos, quando em 1982, fui convidado para Director da Delegação do Norte da Comunicação Social. Não fui para lá ver passar comboios. Cheguei a ser contestado porque era hábito convidar para esse tipo de lugares ou militantes de partidos políticos ou jornalistas profissionais de renome. Eu, nessa altura, nem militava em qualquer partido político nem era jornalista profissional, porque vivia de outra profissão. Embora, desde 24/1/1953 até hoje todos os dias cumpra o vício de escrever um ou mais artigos de opinião. Sempre por carolice. Nunca por dinheiro. Foi nesses 3 anos de Comissão de Serviço, com o apoio do Director-Geral, saudoso jornalista Manuel Figueira, que se instituíram diversos apoios: o porte pago, o subsídio de papel, o subsídio de reconversão tecnológica, a comissão da carteira profissional, etc, etc, Na década de 1990 esses apoios foram acabando e muitos jornais fecharam, outros nasceram, mas todos passaram a ter dificuldades de sobrevivência. Até que hoje, se não forem os leitores a pagar o preço integral dos correios, não há jornal para ninguém.
Digo isto porque, há umas semanas atrás, li numa carta de um emigrante, num qualquer jornal que e nada tinham que queixar-se os jornais. Quem quiser recebê-los que os pague! Não é justa esta afirmação. Talvez um dia se possam explicar as razões.
Mas eu queria hoje saudar o Povo de Barroso porque está mais aberto, graficamente mais atraente e com colaboração mais variada e mais rica. A começar pela que chega da emigração. Este como outros jornais abrem as portas ao que escrevem os emigrantes, em cartas, em artigos de opinião, em poemas. Um abraço para todos.
Mas queria, acima de tudo, dar os parabéns ao Dr. Fernando Calvão que creio não conhecer pessoalmente, mas que nas três últimas edições (e penso que vai prosseguir) publicou importantes contributos historiográficos sobre o Julgado de Barroso no ano de 1258. Penso que irá reunir esta série de artigos em livro para que os Barrosões possam ter em casa tão fértil informação sobre as Inquirições de D. Afonso III. O mesmo rei que em 1273 concedeu o I Foral à Vila de Montalegre. Já o saudoso Dr. Rogério Borralheiro tinha reunido em livro as Memórias Paroquiais de 1758. Também importantes. Mas as Inquirições recuam mais 500 anos. Se puder reunir tudo em livro será ouro sobre azul. Parabéns.
Opinião de Barroso da Fonte

 

Destaque


Câmara de Montalegre pondera ampliar edifício
E construir parque de estacionamento subterrâneo

O espaço nas traseiras da Câmara, onde actualmente funciona um parque de estacionamento, esteve algum tempo vedado ao público porque a Câmara levou a cabo sondagens do solo com vista à ampliação do edifício camarário e à instalação nesse lugar de vários serviços. No caso de se avançar com as obras, será aí construído um parque de estacionamento subterrâneo e, por cima, um edifício que albergará serviços camarários.
De igual forma, é projecto da Câmara ligar esse novo edifício, por túnel, ao Parque de Exposições (Multiusos). Para finalizar, a mesma Câmara pretende, junto aos Bombeiros, no lugar de Cova, fazer um campo de chegas de bois (Chegódromo) e, dessa forma, completar as obras monstruosas do Multiusos.

O Povo de Barroso quis ouvir a opinião dos vereadores do PSD acerca destas obras.
Considera o PSD que o edifício da Câmara é um edifício antigo e com bela traça arquitectónica, que deverá ser respeitada e não sofrer alterações. Além disso, não é preciso alargar o espaço reservado aos serviços da Câmara. Se há falta de espaço, o que é natural com o aumento de serviços, então que se recorra aos edifícios camarários no centro da Vila, como seja ao armazém, mesmo ao lado, e ao Parque de Exposições, que está mal aproveitado e onde não falta espaço. A Câmara também pôde ter comprado o Cerrado, mesmo ali ao lado, como defendia o PSD, e agora não lhe faltava espaço para serviços antigos e novos que venham a existir.
Em segundo lugar, se é necessário um parque de estacionamento no centro da Vila, não existe melhor do que o sítio da antiga Escola Preparatória (edifício em madeira que vai ser desmantelado em breve, depois da conclusão do Centro Escolar, junto à Escola). Para eventos ocasionais (como por exemplo a Feira do Fumeiro), que reúnem muita gente, existe o campo da Feira como solução suficiente. Considera que, de facto, o parque de estacionamento em causa não está bem e que merece ser dignificado, mas não dessa forma.
Quanto ao Chegódromo, no lugar da Cova, ao lado dos Bombeiros, os vereadores acham um completo disparate, que vai dar cabo do sossego das pessoas que aí moram. Aliás, já existe um campo de chegas apropriado, no Rolo. Quanto ao túnel que ligará os dois edifícios referidos, é outro completo disparate da parte do executivo camarário e obra sem sentido.
Recorde-se que as obras subterrâneas e de túnel são as mais caras da engenharia civil.

 

Editorial

Montalegre 0 /Boticas 3
Na última edição, sob o título de MONTALEGRE 0 – BOTICAS 2, servi-me da metáfora futebolística para opor os dois concelhos de Barroso no que ao desenvolvimento diz respeito, concluindo pela superioridade de Boticas, tal como concluem as estatísticas oficiais (INE e CCDR-N). Decidi agora regressar ao mesmo tema, não porque tenham restado dúvidas, mas porque no espaço de um mês houve progressos relevantes e o resultado do jogo precisa de ser actualizado. E para grande pena minha, vai ser actualizado para 0-3, favorável a Boticas.
Na última década, a Câmara PSD de Boticas promoveu obras ou eventos sazonais no seu concelho similares aos de Montalegre: Feira do Fumeiro, Eco-museu, produtos locais e, em breve, a Unidade de Cuidados Intensivos... Todavia, Boticas, ao contrário de Montalegre, não se ficou apenas pelos eventos sazonais, de dispendiosa promoção e de breve duração, mas foi mais longe, ao atrair empresas de média dimensão que dão trabalho a muitas centenas de famílias e um rendimento certo ao fim do mês. Refiro-me à fábrica das cordas (labora 24 horas por dia) e à Resat, empresa de tratamento de lixos que a Câmara impediu que se fixasse em Montalegre por julgar erroneamente que seria um foco de poluição. As Águas de Carvalhelhos, que laboram 24 horas por dia, têm criação anterior ao actual executivo.
Mas agora a Câmara de Boticas veio anunciar - e isto assemelha-se a mais um golo na baliza do Montalegre - o aumento das instalações da fábrica das cordas (Euronet) e a criação de mais 40 postos de trabalho! Numa altura em que o desemprego aumenta em Montalegre e em muitos outros concelhos, em Boticas aumenta o emprego porque na última década a sua Câmara teve visão de futuro e não se deixou levar no devaneio de que as zonas de montanha eram apenas lugares de turismo e desporto. Boticas soube fazer as melhores apostas e agora os resultados estão à vista.

 

Nº 444



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