quinta-feira, setembro 24, 2009

 

Destaque 2

Medicina popular faz homenagem póstuma à "Tia Pitinha"

Decorreu do dia 3 a 5 de Setembro a XXIII.ª edição do Congresso de Medicina Popular de Vilar de Perdizes, que conta na organização com o Padre Lourenço Fontes a quem a autarquia, por reconhecimento, nomeou patrono do Ecomuseu – Espaço Padre Fontes.
Foi aberto pelo vereador da cultura, Orlando Alves, que referiu que "Vilar de Perdizes é cultura. O congresso é cultura. Como sempre digo, Vilar tem que ser o que sempre foi. Vilar é medicina popular. Tem que valorizar aquilo que as pessoas ainda hoje praticam: a cultura do chá, o que a horta dá, tudo aquilo que é uma prática da medicina popular"; e confessou que ele próprio é consumidor e partidário da medicina popular.
Vinte e seis anos depois, a grande diferença é relativa à diminuição de pessoas (paira sobre o Congresso um futuro incerto quando não poderá contar na organização com a figura tutelar do Padre Fontes) e a essa viragem da autêntica medicina popular para as medicinas alternativas de duvidoso talento. Na verdade, cada vez menos o Congresso é de medicina Popular; cada vez mais é um espaço aberto a cartomantes, tarôs, curandeiros e profissionais de duvidosa qualidade.
Mestre Alves revela que tem a cura: "Para a Gripe A, a solução é ter uma pedra destas sempre à mão, que vem de Marrocos e já passou por algumas pestes com sucesso". E mostra uma pequena pedra de cristais.
Eduardo Garcia, terapeuta hipnótico e especialista em regressões a vidas passadas, garante que não há nada como uma boa hipnose para deixar de fumar. "Quando a pessoa entra num estado de consciência alterado, dou-lhe sugestões de carácter repulsivo". Vamos aos exemplos…: "Se for dada a sugestão ao cliente que o cigarro vai saber a gasolina, da próxima vez que a pessoa for fumar, vai-lhe saber a gasolina...!". Mas não vá o diabo tecê-las, para que não haja a possibilidade da cura falhar, Eduardo vai mais ao fundo: "Por norma uso mais a porcaria...dizendo mesmo o nome... uso porcaria de fossa.". E, garante, a vontade de fumar vai por água abaixo.
Por vinte euros, João Almeida faz disparar a máquina. "A fotografia da aura, é uma análise do nosso campo bio-magnético. As cores que podem surgir dependem da fase da vida em que estamos...". Vermelho, laranja, amarelo...um arco-íris de revelações para o auto-conhecimento.
Com um vestido preto, cabelos espalhados pelas costas, Maria Escaleira mostra um pequeno expositor com incensos, uns pacotinhos onde se pode ler "feitiços" e um pote com pedrinhas para escolher à sorte e ler o destino.
Para a má disposição, chás há poucos. As ervas medicinais começam a perder lugar. Este ano, há um espaço em branco no recinto da feira. A "Ti Ana Pitinha", a senhora de lenço preto que durante 22 anos apanhou e vendeu ervas medicinais no Congresso, e que sabia de cor todas as soluções da natureza para os males do corpo e da mente, morreu em Fevereiro. Para a homenagear, o Eco Museu do Barroso montou uma exposição com fotografias, pertences e ervas que a senhora colheu ainda este ano. Se os chás vão diminuído, as poções mágicas vão aumentando.

 

Destaque

Estrada Montalegre-Chaves/A24: As pessoas só acreditam quando virem

Depois de várias promessas antigas de rectificação da famosa Estrada Nacional 103, feitas pelo Presidente da Câmara (que chegou a por o seu lugar em causa pela estrada) e pelo Governo, da mesma cor partidária, e que ainda estão por cumprir; eis que agora, em tempo de dupla campanha eleitoral, se lança para a comunicação social nova promessa, a de requalificação do acesso Norte (por Vilar e Soutelinho da Raia) Montalegre-Chaves e A24, e que permitiria fazer o percurso em 15-20 minutos. Mas os Portugueses em geral, e os Barrosões em particular, já estão fartos de promessas e propagandas enganosas e agora, tal como S. Tomé, só acreditam vendo.

Já por várias vezes a construção da estrada Montalegre-Chaves/A24 por Vilar de Perdizes foi anunciada e outras tantas desmentida. O mesmo se passa com a estrada 103 que liga Montalegre a Braga: por várias vezes a Câmara anunciou uma boa estrada (já que era um compromisso assumido com a região pelo Primeiro Ministro José Sócrates), com via de lentos nas subidas para fácil ultrapassagens, com um grande viaduto em Ruivães (no valor de 25 milhões de Euros), mas nada, nada. De Montalegre aos Pisões estava prevista o corte de 3 grandes curvas, mas já não vão ser cortadas. A prova está na colocação do recente tapete em toda a sua extensão. Se fossem curvas para cortar não se justificava estarem a pôr um recente tapete betuminoso.
Isso é enganar o povo.
Agora vem a Câmara mais uma vez, em vésperas de eleições, anunciar com pompa e circunstância a remodelação daquele troço, e que Montalegre vai ficar a apenas 15/20 minutos de Chaves e da rede de auto-estradas nacionais. As pessoas só acreditam quando virem porque já não têm confiança na Câmara. Tem todo o aspecto de uma manobra eleitoral, porque "ainda não há financiamento comunitário assegurado" e a autarquia está fortemente endividada em 16 milhões de Euros. Como pode estar a Câmara tão certa da remodelação da estrada se não existe financiamento? Contudo, Fernando Rodrigues diz que não tem medo e que já arriscou com «obras mais complicadas» e, que depois, conseguiu o dinheiro rematando, ao seu estilo: «se não se fizer é que não há obra nem dinheiro».
Segundo a Autarquia, esta importante obra vai ser executada em duas fases, havendo, segundo garantia de Fernando Rodrigues, presidente da autarquia barrosã, o compromisso do presidente da Câmara de Chaves de avançar com o melhoramento de alguns troços do seu concelho.
Relativamente ao projecto elaborado, da parte de Montalegre, haverá uma estrada nova de Solveira aos limites do concelho, sendo beneficiada desde Montalegre nos sítios onde o pavimento se encontra mais degradado.
Do lado de Chaves, embora não seja toda beneficiada de imediato, a estrada vai ter uma grande intervenção que poupa em tempo e que ganha em comodidade e segurança.
Com isto, a estrada segue de Solveira pela Porrinha, vai à curva antes da ponte existente, que é feita de novo, mais alta e mais larga, segue pela Assurreira, onde vai ser construída uma nova ponte que vai ser adjudicada, e segue pelo caminho que se vê da estrada de Meixide. Antes de chegar a Soutelinho da Raia, inclina à direita, para não entrar nas hortas e lameiros da aldeia, e entronca na estrada velha, seguindo por trás do cemitério, encaixando, novamente, na existente. Em Bustelo é construída uma variante para acabar com aquela subida aos cotovelos imprópria de uma estrada moderna.
A nova ponte da Assurreira já vai ser entregue ao empreiteiro tendo um prazo de execução de seis meses. A obra vai custar 450 mil euros, sendo financiada pelo programa Interreg e co-financiada pelos dois municípios (Montalegre e Chaves). O restante troço do município de Montalegre também já está a concurso com valores, em orçamento, na ordem dos 2,7 milhões de euros. A obra vai realizar-se em 12 meses.

 

Nº 426



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