sexta-feira, junho 22, 2007

 

Cultura e Lazer

Pitões das Júnias cenário de romance

O escritor Barrosão Abel Neves, dramaturgo, poeta e romancista já de renome nacional, acaba de publicar o seu último livro intitulado «Cornos da Fonte Fria», editado pela editora Sextante. Este romance centra a sua história na aldeia de Pitões das Júnias, que muito tem fascinado este escritor, nascido em Montalegre em 1956, que chega mesmo a considerar a sua "terra", pela qual considera ter um "respeito quase absoluto", e que já tinha inspirado outro romance do autor – "Asas para que vos quero".
Abel Neves "confessou" mesmo à agência lusa que sentia que em Pitões das Júnias tinha "céu e abrigo", e que gostava que os seus "passos não estejam distantes do andar dos rios, das pessoas, ou das asas da perdiz. Desde há muito que o diálogo era exclusivo". E Pitões já esteve presente em "Asas para que vos quero", sem que o seu nome, aí, se "revelasse".
O escritor quis em "Cornos da Fonte Fria" escrever um romance que o deixasse "tão disponível ao eventual leitor como a geografia onde a narrativa tem lugar". Assim, trata-se de um romance de "celebração" - da Serra do Gerês, "diante da aldeia" de Pitões das Júnias - e é "confissão e ficção".
Romancista e também poeta, Abel Neves é sobretudo conhecido pelos textos que escreve para o Teatro, área em que avulta como um dos mais destacados criadores portugueses da actualidade. A sua produção dramatúrgica inclui títulos como "Touro", "Anákis", "Medusa", "Inter-Rail", "Além as estrelas são a nossa casa" e "Supernova".
"Cornos da Fonte Fria" é o seu sexto romance, depois de "Corações piegas", "Asas para que vos quero", "Sentimental", "Centauros - imagens são enigmas" e "Precioso".
Escreveu ainda um livro de poemas – "Eis o amor a fome e a morte" - e o ensaio "Algures entre a resposta e a interrogação".
Adaptado de Agência Lusa

 

Opinião

A cartilha para o desenvolvimento do Alto Tâmega

No último dia de Maio foi apresentado no Auditório da Câmara Municipal de Chaves um livro que merece ser reflectido. Chama-se «A Formação Profissional e o Desenvolvimento Económico Regional» e tem a assinatura de João Carlos Carvalho Franco, que nasceu em Angola em 1970 e se fixou em Chaves, onde constituiu família. Licenciado em Gestão, aí se iniciou no ensino secundário e superior (Salamanca e UTAD). Entretanto obteve o Mestrado em Estudos Económicos e Sociais, com a defesa da tese «Impacto Económico e Social da Formação Profissional na Região do Alto Tâmega», na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho. João Franco, que continua a leccionar, resolveu publicar em livro parte dessa investigação científica que apresentou aos Flavienses na última tarde de Maio. Com essa síntese académica, desenvolvida numa perspectiva de epistemologia da prática da formação profissional, pretende contribuir para a análise do impacto das instituições de formação profissional no tecido empresarial da região do Alto Tâmega. Pretende-se com essa iniciativa dar resposta às diversas interrogações em torno do Ensino Profissional questão que pode colocar-se por estas interrogações: - qual é génese do Ensino Profissional em Portugal? Que enquadramento tem este modelo de educação relativamente aos restantes? Que contributos para a qualificação de recursos humanos na Região estudada? Qual o nível de empregabilidade destes formandos junto do tecido empresarial? Que impacto teve na região, ao nível económico e social este modelo de formação profissional? Quais as perspectivas de futuro para o desenvolvimento integrado da região do Alto Tâmega?
A leitura destas trezentas e tal páginas, patrocinadas pela Câmara Flaviense, permitem concluir que é inseparável o impacto da formação profissional com a problemática do desenvolvimento regional. É em torno desta bidimensionalidade objectiva que o estudo de João Franco decorre e deixa os Transmontanos em geral, e os noroestinos em particular, a reflectir, rumo aos próximos tempos que vão continuar a ser de crise profunda. No resumo prévio João Franco que entretanto prepara o doutoramento em Gestão e Direcção de Empresas e Marketing na Faculdade de Ciências Empresariais da Universidade de Vigo, explica que «o objectivo desta investigação é reflectir o impacto das instituições de formação profissional – Escola Profissional e Centro de Formação Profissional, na formação do capital humano para o tecido empresarial de região. Neste contexto abordamos aspectos relevantes do Alto Tâmega, como: demografia, território, emprego, formação profissional e economia, numa perspectiva de desenvolvimento integrado». Para tanto contribuiu o funcionamento, em Chaves, da Escola Profissional e o Centro de Formação Profissional do IEFP, permitindo auscultar os formandos e os formadores, mais o tecido empresarial que completa a trilogia a indispensável à realidade sociológica. Apresentou a obra o Doutor Américo Peres (UTAD).
O signatário desta nota de leitura regozija-se com este valioso documento, na medida em que foi o fundador, primeiro funcionário e responsável do Centro de Emprego (durante mais de duas décadas sedeado no Largo do Anjo). Foi esse Centro (do, então, SNE) que cobriu os concelhos de Chaves, Montalegre, Boticas e Valpaços, a pedrada no charco para que mais tarde dele adviesse o Centro de Formação Profissional. Teve, inicialmente, uma dupla função: responder e corresponder à crise de emprego e de mão de obra qualificada. Os empresários passaram a ser visitados regularmente por técnicos que procuravam fazer o ajustamento entre a oferta e a procura. Ao mesmo tempo encaminhavam para o estrangeiro, por via legal, aqueles que arriscavam tudo, face ao desânimo. Muitas centenas foram e regressam hoje, com palavras de gratidão, sempre que nos encontram. Outros eram submetidos a exames psicotécnicos, frequentando, no exterior, cursos que lhes foram muito úteis. Chaves tem hoje um Centro de Formação e uma Escola Profissional que muito têm dado à região. Mas ainda não é suficiente, porque a desertificação cada vez é mais evidente, o comércio e a indústria não resistem à concorrência mais poderosa e a agricultura já não encoraja os poucos resistentes. Por tudo isto há que valorizar e apoiar estudos que verdadeiramente falem de uma realidade sociológica que a todos deve preocupar. Daí a importância deste tipo de leitura.
Opinião de Barroso da Fonte

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