terça-feira, julho 17, 2007

 

Destaque 2 - Opinião

Como no Tempo da Outra Senhora

O Primeiro-ministro de Portugal veio a Montalegre no passado dia 23 de Junho.
Fomos, nesse dia, presenteados pelos governantes da terra, de um quase reviver o passado, ao seu melhor nível. Digo quase, porque falhou a adesão popular. O povo já não vai em cantigas.
Quanto ao resto, lá estavam as valetas aparadas, claro que à moda actual e desta terra, sem brio, porque onde a máquina encontrava um obstáculo, seja ele poste, um sinal de trânsito ou outro, lá ficava a ervinha a ladeá-lo.
A rua que passa junto ao Centro de Saúde levou alcatrão à pressa de rotunda a rotunda e, não faltou a banda, a fanfarra e os gaiteiros.
Como não podia deixar de ser, também tivemos um lanche convívio e chegas de bois.
Para os mais novos, podem ficar a saber que tudo era semelhante quando António Salazar, Marcelo Caetano ou Américo Tomás, se deslocavam e visitavam o interior.
Por onde o Primeiro-ministro não passou, tudo ficou na mesma. As valetas tapadas pela erva ou lixo, os passeios a ajardinar e os buracos nas ruas e estradas a envelhecer.
Que triste sina nós temos. Elegeu-se um executivo camarário de esquerda, alguns nos tempos imediatos à revolução de 25 de Abril de bastante esquerda, e agora governam-nos à maneira daquilo que tanto criticavam e contra os seus ex. ideais.
Teríamos algum melhoramento se o Primeiro-ministro viesse passar férias a Montalegre, para que a Câmara o presenteasse com a limpeza mesmo sem brio e fizesse alguma obra necessária, sem ser ano de eleições, melhorando a nossa qualidade de vida, principalmente a daqueles que ainda vão teimando em cá ficar e já são muito poucos.
Pior do que isto só o que veio a seguir.
Para 3 de Julho foram as nossas caixas de correio invadidas por convites em cima da hora, para participar na recepção ao Senhor Ministro da Agricultura, que se deslocava a Montalegre para falar do plano de Desenvolvimento Rural e dos Fundos Comunitários e para fazer a entrega da Quinta da Veiga ao Município de Montalegre.
Lá estava o auditório da Cooperativa quase cheio de Funcionários da Câmara, aos quais foi dada dispensa de serviço, mas como em Montalegre todos temos um pequeno jardim ou então um vaso, logo todos somos agricultores.
Haja vergonha.
Para além dos elogios de parte a parte como mandam as regras, do Plano de Desenvolvimento Rural e dos Fundos Comunitários, pouco ou nada se disse.
Quanto à entrega da Quinta da Veiga ao Município de Montalegre, nem vê-la. Nada de protocolo, apenas o desafio de se apresentar um projecto para o Ministério analisar. Diga-se, em abono da verdade, que o Senhor Ministro teve mais bom senso e inteligência, apesar de ninguém ter dúvidas que, nas circunstâncias actuais, um dia a Quinta da Veiga será para a Câmara e será então outro elefante branco como a pista e o multiusos, mas até lá será a próxima bandeira eleitoral, apesar de já ter sido falada nas eleições anteriores.
Por fim lá foi a banda, importada, a toque de caixa rua abaixo, seguindo-se o lanche e as chegas de bois, como no tempo da outra senhora.
Com tanta comezaina e festarolas, os cofres da câmara vão ficando ainda mais magros, tal como as obras que ficam adiadas para o ano das eleições.
E como no tempo da outra senhora, os do contra, aqueles que não concordam, os que dão conta com mágoa e tristeza que a sua terra está doente, calam-se. Porquê?

 

Destaque 2

Ministro da Agricultura exige projecto concreto para entregar Quinta da Veiga

No passado dia 3 de Julho, uma terça-feira, o Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Jaime Silva, fez uma visita relâmpago à vila de Montalegre, onde foi recebido no auditório da Cooperativa da Batata de Semente da vila. Devido ao facto de não poder ter estado presente na iniciativa que o governo tinha organizado no nosso distrito há uns dias atrás, o Ministro aproveitou um espaço na sua agenda deste dia para se deslocar ao Barroso e falar directamente, com os interessados, sobre alguns temas quentes como o novo Quadro Comunitário de Apoio (agora denominado QREN), e o futuro de algumas instalações e terrenos que o Estado ainda possui no nosso concelho como sendo a Quinta da Veiga ou o Centro de Formação Profissional da Aldeia Nova.
O Eng. Justo fez as honras da casa e aproveitou para elucidar o Ministro sobre as especificidades da agricultura da nossa região, com terrenos pouco férteis, a grande altitude e com um clima muito instável. Criticou a PAC, por considerar que só beneficiou os "grandes", e focou os pontos do novo QREN que considera penalizadores para Montalegre. Aproveitou ainda para lançar o repto ao Ministro sobre a possibilidade do Centro de Formação do Barroso poder passar definitivamente para a Cooperativa de Montalegre.
De seguida falou Fernando Rodrigues, Presidente do Município, mostrando toda a sua satisfação pela presença de mais um membro do governo no concelho. De seguida atalhou para o assunto que mais lhe interessava, a Quinta da Veiga, que pretende ver entregue à Câmara de Montalegre. Começou por fazer um breve resumo histórico acerca desta propriedade do estado e depois lançou algumas hipóteses de empreendimentos que poderão vir a ser realizados lá se esta vier a ser entregue ao Município, sem, no entanto, apresentar um projecto em concreto. Aproveitou ainda para pedir algumas normas de excepção para os produtos locais de Montalegre que enfrentam dificuldades para cumprir todos os requisitos da União Europeia.
Por fim, Jaime Silva, tomou a palavra e começou por se lamentar de ter "faltado" ao Governo Presente e que, por outro lado, já não havia "almoços grátis". Dirigiu-se de seguida aos agricultores presentes a quem pediu que fossem mais empreendedores, e que acreditassem na viabilidade da agricultura portuguesa. Pediu atenção para o QREN, cujo desenho final se irá realizar nos próximos 2 meses, e em cujas medidas nacionais devem ser adaptadas às regiões. Falou em vários programas de incentivo próprios para regiões desfavorecidas como a nossa, que deverá continuar a apostar em produtos de qualidade, sugerindo, como exemplo, a aposta na agricultura biológica. Ao presidente da Câmara e ao Presidente da Cooperativa deu a mesma resposta: "Um desafio tem como resposta outro desafio", isto é, há disponibilidade para o Governo entregar as duas infra-estruturas pedidas mas sempre mediante a apresentação de projectos envolventes que sejam viáveis e que possam criar empregos.
De seguida o Ministro deslocou-se à Quinta da Veiga para observar in loco o estado da mesma. A tarde terminou, como não poderia deixar de ser, com um lanche convívio para todos os presentes num restaurante da vila.

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