sexta-feira, janeiro 18, 2008

 

Opinião/Política

Câmara continua a asneirar na promoção e publicidade

Derrete-se dinheiro à velocidade da luz
Tínhamos preparado um artigo para ensinar ao Senhor Presidente da Câmara como e onde colocar a publicidade e promoção da próxima feira do presunto e fumeiro, mas as asneiras desta Câmara, o despesismo e o esbanjar de dinheiros públicos são tão rápidos, que a publicação quinzenal deste Jornal não consegue acompanhar.
Foi aqui publicado um artigo que chamava a atenção para a forma como a Câmara gasta mal os dinheiros dos munícipes, a propósito do "cozido com batatas" aos fins-de-semana durante os meses de Dezembro a Fevereiro.
Pois bem, logo pensámos que estaria eminente mais uma asneira da grossa, como é já habitual, visto que se aproximava a Feira do Fumeiro. Em condições normais, nem tal coisa nos passaria pela cabeça mas, conhecendo o novo-riquismo com que se gasta sem olhar aos números da despesa e às necessidades da população, entendemos por bem ensinar algo ao Senhor Presidente e aos seus colaboradores.
Não deu tempo. A publicidade do cozido aos fins-de-semana, está a ser retirada para dar lugar à da feira, o que veio demonstrar que foi mais um erro crasso desta Câmara.
Por muito má que tivesse sido a decisão e foi, nada justificaria que uma publicidade que promovia um evento que duraria três meses, esteja a ser retirada antes do primeiro mês terminar. Era isto que se temia.
A falta de emprego é tal, que não tarda muito e não se vê um jovem nas nossas aldeias, a não ser os que se sentam à mesa do poder.
Não há dinheiro para promover a fixação da população, com incentivos à criação de postos de trabalho nem apoio à manutenção dos existentes, mas há para a compra de carros de marcas de luxo, para satisfazer vontades de quem governa e não de quem é governado.
É preciso aumentar as tarifas de água, saneamento e recolha de lixo, porque se gasta mal, esbanja-se muito e se tem pouco sentido do que é essencial ou supérfluo.
Já não se pode morrer em Montalegre, porque a Câmara encontrou no cemitério e nos funerais, mais um filão para manter o despesismo, criando novas taxas e aumentando desmesuradamente as existentes.
Quem ganhou com mais estes milhares de euros derretidos em publicidade, que se verifica ser desnecessária, ao sabor de ideias de mentes pouco esclarecidas na matéria, porque não é assim que se programa a promoção do concelho, não foram certamente os restaurantes ou os produtores de batata e fumeiro de Montalegre.
Faça-se um exame de consciência e responsabilizem-se aqueles que tendo a obrigação de gerir os recursos do Município, apenas sabem aumentar taxas e tarifas, gastar naquilo que é desnecessário ou não prioritário e se esquecem dos jovens e dos idosos, apenas tendo olhos para os familiares e alguns amigos.
PSD Montalegre

 

Destaque 2

XVII Edição da Feira do Fumeiro e do Presunto de Barroso
Terminou no passado domingo a XVII Feira do Fumeiro e do Presunto de Barroso, a 3ª realizada no pavilhão Multiusos de Montalegre. Tal como se esperava, e por uma série de contingências sobre as quais nos debruçaremos mais adiante, a edição deste ano ficou um pouco aquém das expectativas (sobretudo no último dia, onde o S. Pedro também não ajudou) no que diz respeito a visitantes e volume de negócios, não se confirmando os 40 mil visitantes, e o milhão de euros de negócios, dentro do recinto onde os esperavam 62 produtores e mais de 50 toneladas de produtos.
Como já referimos na peça ao lado, a feira foi inaugurada ao fim da tarde de quinta-feira, dia 10, pela Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, que antes da cerimónia ainda aproveitou para descerrar uma lápide (das 13 que perpetuam os diários de Torga e a sua passagem por vários pontos do concelho) na praça do Município, e inaugurar oficialmente o Auditório Municipal. Depois dos discursos seguiu-se a tradicional visita aos produtores antes do lanche de produtos tradicionais para os convidados.
Ao longo dos 4 dias do evento, além da venda, sobretudo de fumeiro, mas também de pão, mel e batatas, houve muita animação nas tasquinhas e dentro do recinto da feira, com os grupos do concelho, o teatro Filandorra, cantares ao desafio, concertinas, fados, e até o bem conhecido humorista Canto e Castro (que chega até nós todos os dias nas vozes do contra-informação da RTP). Também não faltou a chega de bois na tarde gelada de Domingo.
Além de membros do Governo, outros políticos passaram por Montalegre, como Paulo Portas, líder do CDS-PP, um habitué deste certame, e que aproveitou a presença na feira para lançar um desafio ao Presidente da ASAE, António Nunes, para ir à Assembleia da República, explicar-se acerca das extremas exigências para os pequenos produtores de fumeiro e outros produtos tradicionais (e que tem ajudado a agonizar alguns eventos como o de Montalegre), além de algumas infelizes declarações como aquela de que "metade dos restaurantes em Portugal terão de fechar", o que pode gerar o caos na nossa economia já tão fragilizada, segundo o líder do CDS. Paulo Portas salientou que era favorável a políticas de higiene e saúde pública mas exigiu saber "o que é regulamento e aplicação da lei e o que é abuso e espectacularidade", pois acha que "é necessário separar o trigo do joio", concluiu.
De facto, algum excesso de zelo da ASAE, e também das finanças, lançou o medo e insegurança nos produtores de fumeiro e foi a principal razão de este ano apenas se apresentarem 62, quando já foram quase 200. Ninguém nega que é bom haver fiscalização e a parte da segurança alimentar nunca poderá ser descurada, mas as exigências da organização já eram mais ou menos elevadas nessa matéria. Prova disso mesmo foi a rejeição de menos de 1% dos produtos que entraram na feira deste ano, indicação dada pela equipa de inspecção liderada pelo veterinário municipal Domingos Moura. A apresentação e higiene dentro do recinto também tem melhorado muito, os produtores têm a preocupação de usar luvas e batas, proteger o fumeiro das "mãos alheias", e também já todos têm a situação mais ou menos regularizada perante as finanças e o ministério da agricultura. Mas todas estas exigências são demasiadas para os mais pequenos produtores (e mais idosos), aqueles que de facto têm a sabedoria e fazem o fumeiro genuíno/tradicional, aquele que deu a fama à região e à feira. Esta pequena e exigida "industrialização", também tem vantagens, é um facto: oferece mais rendimentos às pessoas que investem neste sector e pode criar mais empregos, mas a médio/longo prazo, vai ter efeitos nefastos para a feira do fumeiro, e este ano já foi um bocado a prova disso. Se não houver apoios no QREN para este sector, sobretudo para a formação, para o investimentos em cozinhas e aparelhos que ajudem a satisfazer as exigências da ASAE, o quadro pode ser negro.
Entretanto, na segunda semana de Janeiro saiu um decreto-lei que pode ser parte da solução para o problema, e pode permitir o regresso de alguns produtores, pois permite a venda de certos produtos tradicionais, em certames do género (de apenas 2 a 3 dias) e em determinadas épocas do ano, como é o caso. Compete à organização da Feira aproveitar este furo (e outros que surjam) e dar um novo fôlego em 2009 ao maior evento da nossa região.

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