segunda-feira, maio 05, 2008

 

Desporto - Destaque 2

Futsal: Juniores do CDC Montalegre na Final da Taça

Cada vez mais se prova que a aposta no futsal em Montalegre está a ser ganha e tem muito futuro. Os juniores do CDC Montalegre, depois de um brilhante campeonato distrital, onde participaram pela primeira vez e atingiram o segundo lugar final (depois de comandarem por muito tempo), conseguiram agora qualificar-se para a final da taça distrital da categoria, onde irão defrontar o Mesão Frio. Na meia-final, realizada no passado dia 20, derrotaram o Ribeira de Pena por 6-3 no Pavilhão Desportivo de Montalegre, que encheu para apoiar os jovens do concelho.
Mas o jogo mais difícil das eliminatórias foi, sem dúvida, o jogo frente ao Régua, nos quartos de final, uma vez que foi uma partida muito quezilenta com várias agressões e expulsões (foi mesmo necessária a chamada da GNR ao local), e com várias fases do jogo em que o Montalegre teve que jogar com menos elementos frente a uma equipa forte. Mesmo assim, os jovens barrosões mostraram bem a fibra de que são feitos e quase "contra tudo e contra todos", acabaram por vencer justamente por 3-1.
Já na primeira eliminatória os "barrosinhos" não tiveram grandes dificuldades e golearam em Chaves o HC Flaviense por 6-0.
Espera-se agora uma grande final, e seria um prémio merecido e encorajador para o futuro, uma conquista da taça distrital.

 

Opinião

Caça à multa ou zelo excessivo
Hesitei em escrever esta crónica. Mas andava com ela no pensamento porque vivo, junto ao Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães. Ai me debato, de quinze em quinze dias, com todos os cantos e recantos da via pública, com passeios e passadeiras, com jardins e espaços privados, cheios de automóveis, sem respeito algum pelos direitos cívicos. O futebol nesses dias, antes, durante e depois do jogo, é rei e senhor. Tapam-se os acessos às garagens, muitas vezes se dificulta a entrada ou saída das habitações e, se um cidadão adoece e precisa de ir ao hospital, o veículo em transgressão tem prioridade sobre aqueles que estão nas garagens, pelo que o doente tem de ir a pé ou esperar que o futebol acabe. Ou seja: as regras de trânsito e de estacionamento são violadas, perante chusmas de agentes da autoridade, seja em dias de semana, seja em feriados ou dias santos. Quem vive nas grandes cidades, junto aos campos de futebol, debate-se permanentemente com este drama. Sempre que há futebol em Guimarães, procuro refugiar-me na aldeia, adiantando ou atrasando a hora de partida ou de chegada para não me debater com as garagens barradas e até com dificuldade para entrar em casa.
As leis são universais. As directivas não contemplam o futebol, como excepção. Contudo os agentes da autoridade assistem a esses pandemónios, fecham os olhos a centenas de transgressões, nalguns casos até são eles que indicam um ou outro espaço livre para quem chega atrasado. Tudo numa deprimente violação legal e cívica que contrasta com a pacatez de uma aldeia ou vila do interior, onde todos se conhecem e onde o bom senso, habitualmente prevalece (ou deve prevalecer). Porque a vida social dos grandes meios exige muita mais disciplina do que nas zonas rurais ou ruralizados, onde deve reinar harmonia, tranquilidade singular e colectiva, tolerância, entreajuda, solidariedade. Sem que estas posturas violem as convenções legais.
Esta pedagogia social anda-me no espírito desde há muitos anos. Porque sou barrosão, filho de um Povo sofredor que foi tratado com dureza, ao longo de séculos, onde os seus habitantes foram educados para cumprirem sem regatearem, ética que ainda hoje nos permite aplicar o princípio de que vale mais a palavra oral do que a escrita.
Como jornalista com 54 anos de exercício permanente gosto de reflectir em voz alta as experiências do quotidiano. E se os bons exemplos me comovem a ponto de os proclamar como louváveis, também um ou outro menos recomendável me deve inspirar para que os «generais da cidade» saibam interpretar a realidade dos pequenos meios, com o espírito rural que as suas populações transportam ancestralmente.
O exemplo que ditou esta crónica: dia 30 de Março tive de ir a Montalegre levar uma encomenda à Câmara Municipal. Era Domingo e mudou a hora. Parti de Guimarães às 9,30 h. Fui recebido com um frio de rachar e uma neve que prenderam à cama os Barrosões. Cheguei às 10, 53h e estacionei o carro atrás da Câmara, juntinho a umas escadas para descarregar doze pacotes de livros que a autarquia me encomendara. Na véspera combinara com uma funcionária para, por favor, me ir abrir a porta para descarregar os livros. A correr, porque a neve caía e o frio era intenso, fui ao quiosque, que dista a uns 30 metros daquelas escadas, perto das quais parara o carro. Demorei apenas o tempo necessário para comprar o jornal e perguntar onde morava a simpática funcionária. Informado, logo arranquei para a residência dela, evitando que ela saísse de casa, com aquele mau tempo. Levava comigo dois amigos que dia 15 ficaram tão atónitos como eu, quando recebi uma carta registada da GNR de Montalegre, notificando-me para pagar 30 euros porque o «condutor acima mencionado parou e estacionou, às 09,55 h em local destinado ao transito de peões». Uma verdade e uma mentira. De facto parei com 2 rodas em cima do passeio, não em cima de passadeira, no máximo 5 minutos. E junto às escadas para descarregar os livros. Mas não às 09,55 h horas como o zeloso agente escreveu no auto. A essa hora estava eu e os meus dois amigos em Salto. E tínhamos acertado os relógios...
Confesso que não vimos naqueles instantes, nenhum agente da autoridade, (a não ser que tenha passado de carro e tenha tirado a matrícula), como não vimos ninguém mais porque foram brevíssimos momentos. Não havia qualquer movimento, de peões ou de viaturas. Se tivesse deixado um papelinho ou se saísse da sua viatura para questionar o transgressor, talvez evitasse esta crónica que não pretende ofender a Instituição, antes dizer-lhe que foi preciso ir à minha terra para, aos 70 anos, pagar a primeira multa em 42 anos de condutor. Poderia recorrer dela. Tenho duas testemunhas idóneas que ficaram a rir-se do contraste entre a bagunça da cidade e a pacatez de uma vila nortenha. Fui prestar um serviço público, com muito gosto, à minha Terra. Não era dia de bruxas. Como não vi nenhum agente, nem ele me viu, parto do princípio de que não foi perseguição. Antes será caça à multa a carros estranhos para justificar serviço. Em vez de contestar, paguei, para evitar burocracia a mais, num país onde o zé-povinho continua a ser fustigado pelo rigor das normas. Um aviso aos emigrantes ou turistas que facilitem, no pressuposto de que numa vila do interior do país as autoridades são mais tolerantes do que na cidade, sobretudo em dias de futebol. Soube que até há pouco o autuante era obrigado a deixar um aviso na viatura. Actualmente inverteram-se as coisas: se o agente deixar o aviso sujeita-se a um processo disciplinar. É por estas e por outras que o país vai de mal a pior. E é também por isso que exerço o meu direito à indignação.
Por Barroso da Fonte

 

Barroso em Resumo

1) Dia Mundial do Livro em Montalegre

A Biblioteca Municipal de Montalegre não deixou passar em claro mais um "Dia Mundial do Livro", comemorado no passado dia 23 de Abril, e realizou uma série de actividades, sobretudo vocacionadas para os jovens, e dentro de uma rubrica mensal intitulada "Abril, Livros mil". À Biblioteca de Montalegre, juntou-se o Município, através da Vereadora da Educação, Fátima Fernandes, que fez um périplo pelas escolas do 1.º ciclo do concelho oferecendo um livro às crianças. A visita passou por Vila da Ponte, Venda Nova, Salto, Borralha, Cabril, Ferral, Paradela, Tourém, Vilar de Perdizes e Montalegre.
O livro em causa chama-se "Lendas, Contos e Tradições do Alto Tâmega e Barroso", recreadas por alunos do Ensino Básico - 1.º ciclo.
Este livro, agora oferecido às crianças do concelho, resultou de um projecto promovido pela Associação de Municípios do Alto Tâmega (AMAT), em parceria com os seis municípios associados e, financiado pelo FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) através do programa Operacional da Região do Norte e que está a ser implementado com apoio das Bibliotecas Municipais através das escolas do Ensino Básico, em todo o território dos municípios do Alto Tâmega.
Este projecto, de promoção da leitura, tem por fim «alertar para a importância do livro e da leitura desde a primeira infância, informando e sensibilizando pais, avós e educadores para o desenvolvimento de acções de promoção do gosto da leitura».

2) Reunião da Associação de Pais
No passado dia 10 de Abril reuniu a Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Montalegre, para apresentar aos encarregados de educação presentes, um breve esclarecimento quanto às funções da própria associação, na defesa dos interesses dos alunos, junto das entidades competentes.
Foi apresentado o plano de actividades, algumas que transitaram do ano anterior, como a participação de pais na semana da leitura que decorreu de 3 a 7 de Março, no âmbito do plano nacional de leitura, onde alguns pais se disponibilizaram para ir ler uma história a cada nível de ensino.
A associação vai também participar em temas curriculares desenvolvidos pela escola e inserir outros como o tabagismo, meio ambiente, agricultura biológica e educação sexual. Destes temas estão já em pratica alguns, como a educação sexual para o 8º e 9º ano que passa por duas fases: uma primeira abordagem cabe a uma psicóloga e uma segunda a uma enfermeira.
Está também em agenda comunicar às entidades superiores, como a DREN, questões que necessitam de intervenção, como a cantina da escola. No Conselho Municipal da Educação foi sugerida a mudança no projecto do novo pólo escolar para que haja uma área onde os alunos possam entrar para os autocarros abrigados do mau tempo.
Como na Escola Dr. Bento da Cruz as únicas áreas de ensino secundário disponíveis são a de ciências e cursos tecnológicos/profissionais, a associação solicitou a abertura de um curso de línguas/ humanidades. A reunião teve lugar no dia 11 de Abril com o presidente da autarquia Fernando Rodrigues, uma directora da DREN e o Presidente do Executivo João Surreira, para se tentar viabilizar este propósito.
A colaboração com a biblioteca municipal de Montalegre vai continuar, com a participação na feira do livro, um serão dia 6 de Junho (21h00) cujo tema se vai centrar na importância que a educação no seio familiar tem na postura do aluno no meio escolar. Como convidado estará presente Alexandre Favaios, psicólogo com larga experiência em casos de difícil adaptação e enquadramento na escola. A par disto, sugestões de leitura, destinados aos encarregados de educação, para melhor lidarem com estas problemáticas.

3) Prova de BTT e Marcha de Montalegre Cancelada
No dia 19 de Abril, sábado, realizou-se mais uma prova de pedestrianis-mo e BTT no nosso concelho designada "Maratona e Marcha de Montalegre 2008", a qual reuniu à volta de 200 participantes, e que ficou marcada pela intempérie e frio que se fizeram sentir neste dia no Barroso.
A organização esteve a cargo da Associação Desportiva ADEFACEC, e contou com o apoio da Câmara Municipal de Montalegre, rádio Montalegre e das marcas Orbea e Store Bike.
As duas provas (BTT e percurso pedestre) tiveram início às 10 horas da manhã, já debaixo de alguma chuva e frio, mas que não fez estremecer a maioria dos presentes, já habituados a superar estas adversidades. No entanto, o percurso em BTT, composto por 50km, era muito duro, atravessando Padroso, Sezelhe, Ourigo e, de novo, Montalegre. Passado pouco mais de meia hora do início e já em plena serra de Padroso começou a nevar com muita intensidade, que dou um colorido muito engraçado e inesquecível para muitos participantes, mas que acabou por tornar o trajecto demasiado perigoso e praticamente intransponível, o que levou a organização a interromper a prova. A tristeza da desistência foi compensada para muitos com a beleza da natureza pintada de branco.
Apesar da parte desportiva ter sido cancelada a parte lúdica deste evento não deixou de acontecer e inclui um lanche convívio com produtos regionais, que certamente irá ajudar muitos dos atletas a voltar em breve, por exemplo, para a edição 2008 das "Carrilheiras de Barroso" com data prevista para o início de Junho.

4) Em Boticas: Comemorações do dia Mundial do Livro e 25 de Abril
No âmbito das Comemorações do Dia Mundial do Livro, que se celebrou no passado dia 23, um pouco por todo o mundo, a Biblioteca Municipal de Boticas, em parceria com o Agrupamento de Escolas de Boticas – Gomes Monteiro, promoveu mais uma actividade cívica, educativa e cultural.
Assim, e durante todo o dia, o Auditório Municipal foi palco do visionamento temático sobre o 25 de Abril, vocacionado para ensinar e sensibilizar os alunos deste grau de ensino relativamente a este importante acontecimento histórico da jovem democracia portuguesa.
Desta forma, os alunos dos 1º e 2ºs anos, durante a manhã, e os alunos do 3º e 4º anos, durante a tarde, bem como as suas professoras, tiveram a oportunidade de ver e rever imagens que fizeram e fazem parte da história recente de Portugal.
No final desta actividade pedagógica e cívica, a Biblioteca Municipal de Boticas, disponibilizou àquelas docentes uma mala Pedagógica com materiais em diversos suportes, dirigidos quer aos alunos, quer aos professores, sobre esta importante temática, no sentido de os poderem trabalhar, desenvolver e explorar em contexto de sala de aula.
Foi um dia diferente mas muito importante para todos estes alunos que através desta actividade puderam desenvolver novas apetências e conhecimentos sobre este tema histórico e simultaneamente celebraram o Dia Mundial do Livro e a passagem de mais um 25 de Abril.

 

Destaque

25 de Abril em Montalegre
Aproveitando as novas instalações que o pavilhão Multiusos de Montalegre dispõe, nomeadamente o auditório, recentemente inaugurado, o Município de Montalegre apostou este ano forte nas comemorações do 34º aniversário do "25 de Abril", com alguns espectáculos de Teatro e Música, além da habitual cerimónia do hastear da bandeira ao som do hino nacional na manhã do dia 25 (fotos CMM).
"Salazar - Ascensão e Queda"
As comemorações começaram na noite do dia 23, quarta-feira, com uma peça de teatro musical no bem composto Auditório Municipal de Montalegre intitulada "Salazar - Ascensão e Queda" e encenada por João Coutinho e interpretada pela Companhia de Teatro do Ribatejo. Trata-se de uma espécie de «grande viagem teatral ao Portugal do século XX, o Portugal rural de Salazar, o culto da personalidade, o ensino vigiado, a pobreza, o partido único, as lutas sociais, a Pide e a defesa do regime», animada por músicas que marcaram gerações como a do Soldadinho, Desfolhada e Grândola Vila Morena.
Cantigas de Abril pelos "Clave"
Na noite do dia 24 foi a vez do grupo barrosão Clave actuar no Auditório Municipal, praticamente cheio, interpretando as principais músicas de Abril. Uma excelente noite onde os mais velhos puderam reviver alegrias e angústias, e os mais novos conhecer as principais canções de Zeca Afonso (e de outros cantores da revolução), como o "Milho verde", "Maio maduro Maio", "Os vampiros", "A formiga no Carreiro", "Trova do vento que passa", a "Canção de embalar" (um dos momentos altos da noite e que contou com a participação especial de Mariana Pedreira na voz) e terminando em apoteose com a inevitável "Grândola, Vila Morena", acompanhada de pé e com muita emoção por quase todos os presentes.
Manhã do dia 25
Na manhã do dia 25 de Abril cumpriu-se a tradição com a cerimónia do hastear da bandeira portuguesa ao som do hino nacional tocado pela Banda Musical de Parafita. Também presentes as corporações dos Bombeiros Voluntários de Montalegre e Salto (ver foto). A Direcção e Comando dos BV Montalegre aproveitaram a cerimónia para entregar as novas divisas aos elementos que progrediram na corporação além de uma homenagem pública aos bombeiros que intervieram no resgate dos cidadãos do Porto perdidos no Gerês no passado dia 3 de Fevereiro deste ano: João Miguel Pires Monteiro, Eduardo Filipe Gonçalves Costa, Mark Lage Moderno, Marco António Gonçalves Costae José Carlos de Jesus Rodrigues Moura.
Tarde do dia 25
Na tarde do dia 25 as comemorações regressaram ao Auditório Municipal de Montalegre. Primeiro com o habitual concerto da Banda de Parafita, pelas 15 horas, e depois com um espectáculo intitulado "Dançar, Cantar e Dizer Abril", muito bem interpretado pelo Grupo de Cantares da Casa do Professor de Vila Real e pelos alunos do Agrupamento de Escolas de Montalegre. A organização deste espectáculo diferente coube à Associação de Pais do Agrupamento de Escolas de Montalegre.

 

Nº 396 (30-04-2008)





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