sábado, janeiro 31, 2009

 

Destaque

XVIII Feira do Fumeiro e do Presunto aquém das expectativas

Decorreu entre os dias 22 e 25 de Janeiro a XVIII edição da Feira do Fumeiro e Presunto de Montalegre, evento que mais dinamiza a região e que mais receitas gere, especialmente às gentes das aldeias que são as que mais precisam. A inauguração foi apadrinhada pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Pizarro, que não escondeu a «satisfação» pelo impacto da Feira do Fumeiro. A cerimónia foi realizada no Auditório Municipal onde Fernando Rodrigues, presidente da autarquia barrosã, declarou que estamos perante «uma feira de sucesso, de progresso e de inovação». O edil referiu, exagerando, que este evento «transformou totalmente o concelho e a região».
As esperanças eram muitas, como está bem patente nestas palavras hiperbólicas proferidas pelos promotores: "Em Portugal há duas coisas boas: a Nossa Senhora de Fátima e a Feira do Fumeiro de Montalegre"; "é a melhor feira do país" (Orlando Alves); "estes são sempre, como se diz na gíria popular, quatro dias de desbunda, de animação, de convívio e de intensa actividade comercial" (Orlando Alves); "com neve o número de visitantes poderá chegar aos 60 mil"; "O certame é responsável por uma facturação que ultrapassa 1 milhão de euros e mais de 5 milhões são realizados fora da feira" (Gabinete de Imprensa); "A Câmara Municipal de Montalegre suporta por inteiro as despesas do certame no valor de 100 mil Euros" (Orlando Alves), parte do qual foi gasto em publicidade na televisão e na rede Multibanco; "a Feira do Fumeiro mudou radicalmente o concelho e a região em termos turísticos e gastronómicos"; "hoje chega-se aos 60 mil quilos de produto vendido"; "são muitos empresários" (Fernando Rodrigues).
No entanto, tal como nos anos anteriores, a realidade foi bem diferente, porque uma coisa é a propaganda da Câmara, que lhe têm trazido bons dividendos, e outra coisa é a realidade dos números e aquilo que se vê e sente. Nos dias de quinta e sexta, o número de visitantes foi escasso, chegando em muitos momentos a serem mais os vendedores do que os visitantes. No dia de sábado esteve bastante gente e o melhor dia é sempre o domingo. As pessoas, especialmente os "minhotos", aproveitam a tarde de domingo para dar um passeio, visitar a feira e comprar umas chouriças. É raro ver alguém a comprar um presunto, muito mais raro é ver alguém a comprar uma barriga ou uma cabeça de porco. É provável que seja da crise que assola o país. Barrigas gordas, cabeças de porco e patas têm mais um efeito decorativo. Não é para comprar, é mais para decorar a tenda. Se alguém as compra é às escondidas.
Calcula-se que tenham visitado o certame cerca de 15 mil pessoas, um número muito distante daquele que a Câmara apresentou. Além disso é impossível que se transaccionem na feira 60 mil quilos de produto. Quanto ao valor de imposto gerado pelos "empresários" para o Estado, em termos de IVA e IRC, é desconhecido, nem algum dia a Câmara abordou tal assunto. Mas seja como for, é a Feira que mais cativa as pessoas e que mais receitas gere e é aquela que mais beneficia as pessoas das aldeias.
Quanto ao espaço interior, onde decorre o certame, estava ordenado, limpo e bem concebido. Toda a tenda tinha a sua balança e a sua estrutura era feita de bons materiais. No geral, os produtores põem na mesa de venda gente muito nova, como estratégia comercial. Não quem fez o fumeiro, mas quem o pode vender melhor. Uma pessoa nova (filho ou sobrinho) inspira mais confiança aos visitantes. Por vezes as pessoas, desconfiadas, pedem conselho a amigos onde comprar, como aconteceu connosco. Ainda há muita desconfiança.

"À margem da Feira"

Paulo Portas na Feira do Fumeiro
O líder do CDS/PP, tal como sucedeu em anos anteriores, visitou a Feira do Fumeiro de Montalegre onde revelou satisfação pelo que encontrou. Atrás de Portas, muitos jornalistas em busca de um comentário, do homem forte dos centristas, sobre o alegado envolvimento de José Sócrates no caso Freeport. A resposta foi lacónica: «À justiça o que deve ser tratado na justiça». Mostrou-se antes preocupado com a situação decadente do país e não com a situação do Primeiro-Ministro: "aquilo que me preocupa é a situação do desemprego, é a situação das pequenas e médias empresas, é o abandono dos agricultores, é a insegurança crescente, é a falta de paz nas escolas, é a carga fiscal a mais, ... e são essas políticas pelas quais eu responsabilizo José Sócrates".
Estrada 103 esteve cortada
Uma ventania forte fez com que a estrada 103, que liga Braga a Montalegre, estivesse cortada na Venda Nova, junto à escola, entre as 8.30 e as 9.45 horas de sexta-feira. Eram quatro árvores derrubadas, mas só uma impedia efectivamente o livre-trânsito das pessoas. A quase totalidade das pessoas, sabendo como funciona a Protecção Civil, optou por ir por Salto ou por Paradela. Quem decidiu esperar pelos bombeiros de Salto, cujo quartel é ali ao lado, teve de esperar pouco mais de uma hora. No local ouviam-se os comentários de indignação contra os Bombeiros de Salto, por este e outros momentos.
Luz falhou constantemente
Durante a Feira do Fumeiro, a luz falhou constantemente, quer na Vila, quer nas aldeias. Nalgumas aldeias a luz faltou 59 horas, como é o caso de parte de Gralhas. As pessoas tiveram de recorrer à luz da candeia como antigamente. Os bens alimentares das arcas estragaram-se. São muitos os que estão a pedir indemnizações à EDP.
Boticas fez melhor por menos dinheiro
Na semana anterior tinha sido a Feira do Fumeiro de Boticas. A organização deste certame, pelos números que apresenta, parece ter conseguido resultados iguais ou melhores do que os de Montalegre, mas com muito menos dinheiro em publicidade.
Exposição Sobre a Agricultura de Barroso: Passado e Presente
No interior do pavilhão Multiusos e ao lado da entrada pela Avenida D. Nuno Alvares Pereira, destaque para uma interessante exposição sobre a Agricultura do Barroso denominada: "Viver o presente, relembrando o passado", cuja organização esteve a cargo dos formandos do curso EFA (Educação e Formação de Adultos) organizado pela AATBAT (Associação dos Agricultores das Terras do Barroso e Alto Tâmega) e pela empresa de Formação Profissional Consultua, e que chamou muito à atenção dos visitantes, incluindo os Governantes na Inauguração e o programa da RTP1 Portugal no Coração.

Comments:
Não é de todo meu hábito perder tempo nestas leituras muito menos a responder-lhes. Visitem esta Hiperligação (http://www.bvsalto.blogspot.com/ ) e vejam o relato que alguém no local decidiu por bem fazer.
A resposta certa deve ser dada por quem de direito. Não se pode deixar passar impune tal calúnia pois não se deve difamar ninguém, menos ainda quem trabalha arduamente a troco de de um amor à camisola desprezado, ignorado, maltratado… Ainda assim, a estas más-línguas, daremos a melhor resposta: a continuação do bom trabalho pois estaremos digna e prontamente onde formos precisos.
 
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