sexta-feira, janeiro 23, 2009

 

Destaque 2

Magalhães Chega "às migalhas" a Montalegre

No passado mês de Dezembro, foram entregues os primeiros Magalhães a crianças do 1.º Ciclo do Agrupamento de Escolas de Montalegre, todos beneficiários do Escalão A, não tendo pago nada por ser gratuito para este escalão. Há mais dois escalões, mas pagam pela sua aquisição: o escalão B paga 20 euros e os alunos sem escalão, 50 euros. Foram entregues apenas 44, uma migalha; faltam entregar cerca de 250.
No acto de entrega (foto em cima e capa - CMM), marcou presença, entre outros, Fernando Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, acompanhado pela vereadora da educação, Fátima Fernandes, além do representante do CAE (Centro Área Educativa), Fernando Moreira. O edil (que teve direito a discurso) não escondeu a satisfação do momento: «é uma excelente oportunidade para os nossos filhos se desenvolverem através de uma magnífica ferramenta de trabalho. Muitos nunca poderiam ter um computador. No mercado custa cerca de 300 euros. Mesmo quem possa pagar, só paga 50 euros».
O que o Gabinete de Imprensa da Câmara escondeu sobre a entrega do Magalhães
Esta é a notícia romântica que o Gabinete de Imprensa da Câmara publicou, que mostra alunos felizes e um Presidente satisfeito. No entanto, por traz deste regozijo, esconde-se uma realidade bem cruel, que entristeceu os pais e enfureceu os alunos, e que nos faz lembrar a crueldade de outra cena acontecida numa escola do nosso país, onde o Primeiro Ministro entregou frente às câmaras Magalhães e logo de seguida alguém os retirou.
Em Montalegre foi assim. Os alunos haviam pago a quantia exigida e no passado mês de Dezembro esperavam receber os Magalhães, como lhes havia sido prometido. No entanto só um reduzido número deles o recebeu: 44 ao todo. Faltam 250. Frustradas as expectativas dos restantes alunos e ofendidos pela falta de verdade, amotinaram-se e protestaram duramente contra esta «brincadeira» de adultos. O presidente da Câmara estava presente e os protestos também lhe foram dirigidos.
Além disso, a Escola convidou para o acto de entrega o Presidente da Câmara e a Vereadora da Cultura. Somos contra esta politização da Escola. Nem a Escola deveria convidar o poder político, nem o poder político deveria, sendo convidado, comparecer, porque esta sessão nada tem a ver com a Câmara. Já se tornou habitual o Presidente da Câmara comparecer onde não deveria, "metendo foice em seara alheia" e "colhendo onde não semeou". Acreditamos que é por isso (manipulação da informação e oportunismo) e não pelo seu valor, ideias ou obra feita que se tem perpetuado no poder. Sobre as ideias aconselhamos a Câmara a consultar o programa político do PSD que em tempo oportuno será apresentado.
Uma terceira questão: o Presidente da Câmara teve direito a discurso (sendo o único discurso relatado) e falou mal. Afirmou que "é através dessa magnífica ferramenta de trabalho que os filhos se vão desenvolver", mas os alunos esperavam ouvir outra coisa: tendo o Governo sugerido que as Câmaras devem pagar 50% da conta de acesso à internet desses computadores, os cerca de 300 alunos gostavam de saber se a Câmara lhes vai pagar metade da conta de acesso à internet "para os nossos filhos se desenvolverem".
Eles aguardam por resposta.

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