sexta-feira, agosto 24, 2007

 

Opinião

A autora nasceu em Gralhós – Montalegre: Monumental História da Misericórdia de Chaves

A Santa Casa da Misericórdia de Chaves por iniciativa do seu Provedor Prof. Nuno dos Santos Rodrigues, confiou à Drª Maria Isabel Viçoso de Sousa Fernandes, a árdua tarefa de reunir num volume os 500 anos desta prestigiada Instituição de Benemerência e Solidariedade Social. Em 652 páginas de formato 19 X 26, a obra foi apresentada dia 12, em Chaves, num amplo auditório do Hotel Forte de São Francisco, repleto de gente que veio de todas as bandas do país. O Provedor que leva décadas de grande sucesso à frente da Instituição, exprimiu a vontade pessoal, o rigor histórico, a persistência, o amor à causa e, sobretudo o espírito de servir esse interesse público, que ao longo de cinco séculos, através de ramificações, como a Escola Profissional e a Escola Superior de Enfermagem, tem prestado relevantíssimos contributos à sociedade. João Batista, Presidente da Câmara disse que a História da Misericórdia é uma parte integrante da História da cidade, do concelho e da Região do Alto Tâmega. O Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, Padre Lino Maia, sublinhou o interesse desta obra divulgadora. Mas a essa importância e valor científico foi realçado pelo Doutor António Manuel de Sousa Fernandes, catedrático e ex- vice reitor da UM (cunhado da Autora) que chamou a atenção para os méritos conjunturais desta História que relata, pari e passu, os 500 anos da Misericórdia de Chaves, uma das primeiras a ser fundada, por convite de D. Leonor.
Já em 2001 Isabel Viçoso publicara um outro precioso livro sobre «a Igreja da Misericórdia». Mas não se ficou por aí. «Quando no ano 2000 integrei pela primeira vez a Mesa da Santa Casa da Misericórdia de Chaves e me foi atribuída a responsabilidade de estimar o seu ancestral património, percorri muito atentamente todos os recantos do belo edifício, constituído pelo Corpo da Igreja e do antigo Hospital. Foi uma viagem de história, memória e saudade que desde logo me fez apaixonar pela vida que aquele mundo fazia antever. Toda aquela construção rica em estilo, todas aquelas pinturas a óleo, todos aqueles objectos, por mais insignificantes, ganharam para mim estatuto de importantes obras de arte… Com o espírito repleto de entusiasmo decidi aceitar a proposta que o provedor, em reunião de Mesa, me dirigiu no sentido de estudar e escrever a História da Santa Casa». Alude, nessa introdução, à influência que a rainha D. Leonor, bisneta de D. Afonso, I Duque de Bragança, teve no processo, iniciado em 1498. Como se sabe, D. Afonso, filho de D. João I, casou com D. Brites, filha do casamento entre Nuno Álvares Pereira e a Barrosã (de Reboreda- Salto), D. Leonor Alvim. Foi o enlace de D. Brites com D. Afonso (em 1401) que levou o jovem casal a fixar-se em Chaves, até 1412, onde nasceram os três filhos e onde a neta de Nuno Álvares Pereira morreu de parto. Foi esse casamento que inspirou a poderosa Casa de Bragança, embora –oficialmente – só em 1442 tenha sido D. Afonso nomeado seu I Duque. O rei doara as terras de Barroso, Bragança e outras a Nuno Álvares, como prémio do sua acção na batalha de Aljubarrota (1385).
D. Leonor, bisneta de D. Afonso, certamente teve tudo isso em conta. E os 500 anos, entretanto decorridos, refulgem, agora, nesta monumental obra que implicou um enorme esforço intelectual e físico da Autora. Uma obra que tem 1082 notas de rodapé e que bem poderia ser apresentada perante um júri académico para que fosse atribuído o grau de doutora, com distinção e louvor. Esse mérito público deve ser-lhe reconhecido pela Câmara Flaviense, se num próximo dez de Junho, o Presidente da República se esquecer.
Recorde-se que a Drª Maria Isabel Viçoso, nasceu e passou os primeiros tempos em Gralhós, na Casa do Avô, «Tio Vicente Terré». Casou com o Dr. Sousa Fernandes, ex-Presidente da Câmara de Boticas, residem em Chaves e têm uma filha médica. É autora de uma significativa obra científica e literária e, foi uma das primeiras licenciadas em matemática a leccionar através da televisão.
Opinião de Barroso da Fonte

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