quarta-feira, agosto 01, 2007

 

Opinião

Feira da Vitela: a estratégia da peneira e do sol

Ao fim de dois anos de interrupção e que deveriam ser de reflexão, realizou-se no fim-de-semana de 13 a 15 de Julho mais uma Feira da Vitela.
Quis a Câmara "tapar o sol com uma peneira", juntando-a a outras realizações como a Sexta-Feira 13, a Feira do Esconjuro e dos produtos, o encontro de carros antigos e carochas e os "terríveis" todo-o-terreno.
São habilidades que descaradamente demonstram que a Câmara não tem uma estratégia para este filão das feiras e apenas se contentaria em ter um grande número de visitantes, para justificar a construção do mamarracho que cada dia que passa, mostra a inutilidade da sua construção relativamente à monstruosidade do investimento efectuado.
A Sexta-Feira 13, por si só, é um acontecimento que não precisa de "empurrões" para ser um êxito. Dispensa o "monstro cinzento" e quando muito precisa é de fiscalização e controlo para que alguns oportunistas não a banalizem, lhe retirem qualidade e a matem ainda jovem.
A Feira do Esconjuro tem o seu berço natural na realização do Congresso de Medicina Popular em Vilar de Perdizes, necessitando apenas que o congresso e a feira ultrapassem a charlatanice e certamente atraíram muitos mais visitantes.
Muito se tem falado na realização de uma Feira dos Produtos da Terra.
É possível, mas há que ter os pés bem assentes e questionar quais produtos? Que quantidades? Qual a melhor altura do ano para se abranger o maior leque possível, visto este já ser curto?
Reuniões e exposições de carros antigos e de carochas, que também dispensam o elefante branco, têm o seu espaço temporal. São pequenas coisas que poderão animar alguns fins-de-semana, se não tivermos a leviandade de querer uma multidão pelo menos enquanto não houver "nome", "tradição".
Os todo-o-terreno, que passam bem sem o buraco negro construído no meio da avenida, nestas condições são uma praga que destrói caminhos e descaracteriza os montes. Há que definir um espaço e não permitir que tudo continue à balda.
Com um espaço temporal diferente das outras actividades, poderão satisfazer os caprichos de alguns amantes da modalidade e trazer alguma animação, sem tornarem ninguém rico.
A Feira da Vitela, não precisa de tasquinhas, porque a Vila de Montalegre e as restantes localidades do concelho, têm restaurantes com qualidade (se quiserem) e quantidade que chega e sobra.
Temos talhos suficientes para satisfazer as necessidades dos poucos visitantes.
Mais uma vez ficou provado que não é este o figurino que arrasta multidões ou resolve os problemas dos produtores de bovinos do nosso concelho e do restante comércio.
Uma semana gastronómica, no mês de Julho ou Agosto, com pratos diversificados onde a vitela seja a rainha da feira, certamente que se bem publicitado, fará muito melhor.
Moral da história:
A pouca diversidade de acontecimentos deve ser espaçada ao longo do ano, com uma estratégia que define quais, quando e onde;
Por muito que se esforcem, não conseguem mostrar que o mamarracho ou o monstro cinzento, ou elefante branco, ou buraco negro, vulgarmente designado por multiusos, tem qualquer utilidade que justifique os cerca de dois milhões de contos gastos!
Tal como a Feira da Vitela, a do Cabrito tem que ser feita em moldes do preconizado para a primeira.
Ao fim de tantos anos de desaires ainda não aprenderam nada.
Finalmente o novo-riquismo despesista tem que acabar. Não podemos organizar feiras, exposições ou encontros e pagar dos cofres da Câmara as almoçaradas e jantaradas daqueles que se vêm divertir ou promover.
Deixo ainda uma questão: será que o fracasso daquele fim-de-semana se deveu ao facto dos "de Cabeceiras" se terem deslocado a Lisboa, para comemorarem a vitória do camarada António Costa para a autarquia da capital?
Que atraso de vida…
(P.S. Não me esqueci da Pista Automóvel, só que já não vale a pena "bater mais no ceguinho", está à vista.)

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